“Quando conseguimos alcançar a cabeça e o coração das pessoas é quando eu percebo que chegamos ao ponto que queríamos”-Magne Furuholmen
--»Magne "Lifelines" é um álbum mais rock do que "Minor Earth major sky"?
M- Sim, com os a-ha sempre há uma tendência em ter um som suave e mais bombástico,dessa vez Morten e eu escrevemos canções juntos e aprendemos a evitar essa nossa tendência.
--» O título da música é muito pessoal?
M- Eu fiquei muito interessado em ver a música(lifelines) como primeiro single,a música é muito pessoal fala sobre as decisões que você toma na vida,às vezes você está em um restaurante e vê as pessoas,você pensa em como a sua vida pode tomar um rumo diferente se você estivesse no lugar dessas pessoas.
Poderia achar efeitos diferentes,circunstâncias distintas e talvez experiências que você não teria se estivesse vivendo a sua vida. Eu sempre tento não arriscar coisas inovadoras, porque tenho medo das conseqüências,talvez eu tivesse outros amigos,outra família,eu não desejo mudar a minha vida,mas fico fascinado com as coisas que eu poderia ser e fazer se tivesse outra vida.Eu não quero ser exagerado,mas a preocupação e a tristeza às vezes podem dar a minha vida uma outra dimensão.
--» Você é muito filosófico.
M- Todos os noruegueses são,não somos pessoas tão abertas. Na Noruega as pessoas tem uma tendência em colocar melancolia em tudo o que fazem, somos pessoas mais reflexivas.Eu nunca escrevo uma música quando estou feliz,quando estou assim eu prefiro brincar com meus filhos. Escrever canções quando estou triste,me faz sentir melhor com os meus próprios sentimentos. Quando conseguimos alcançar a cabeça e o coração das pessoas é quando eu percebo que chegamos ao ponto que queriamos.
--»De alguma forma A-ha é uma banda distinta das outras,porque por um lado você estava no mercado dos adolescentes,mas a sua música consegue ser sofisticada e profunda.
M- Sim, é possivel criar músicas no estilo pop sem perder a qualidade,sem querer ser estratégico,eu não gosto de músicas inteligentes,por isso eu gosto do Radiohead por exemplo,eles se mostram vulneráveis. Assim como também o Travis, eles não possuem uma fórmula,sabem fazer música simples e de boa qualidade,muito melhor do que ficar calculando cada palavra escrita,o ideal é ser espontâneo.
--»Você conseguiu alcançar tudo que queria e isso aconteceu muito precoce em sua carreira.Qual é a sensação de saber que pode viver o resto da vida despreocupado?
M- A maioria das pessoas não acredita,mas eu vejo a minha carreira como uma missão.Todo novo álbum que fazemos parece que queremos corrigir algo que nós achamos que fizemos errado no passado. Durante o tempo que não estou trabalhando,quando escuto as pessoas falarem mal dos A-ha tenho vontade de dizer: “F**** -se Nós somos uma banda melhor do que eles pensam".O que mais machuca é que conquistamos o mundo com “Take On Me” mas temos outros materiais. Nós evoluimos como artistas e agora as pessoas podem ouvir e dizer:"A-ha é muito melhor do que o que eu pensava” e eu me orgulho disso.
Fonte: A-ha Russia-21/05/2002