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Hoje
Abri aquela caixinha onde guardo nossos segredos...
Fazia tempo que não a visitava…
Por puro medo.
Encontrei lá dentro, restos de nós dois.
Reli suas cartas, aquelas que falavam do seu amor,
Onde você descrevia a sua paixão por mim,
E incendiei por dentro por um momento.
Depois encontrei aquele guardanapo
Que num bar certa vez você
Desenhou um coração...
E então…
O coração que bate dentro do meu peito,
Bateu insatisfeito.
Remexi ainda mais na caixinha e achei uma flor.
Aquela rosa
Que você me deu no dia que me disse pela primeira vez,
“Eu te amo”

E descobri que ela secou… Por pura falta de amor.
Depois bem lá no fundo encontrei perdido,
Aquele coração partido que andava pendurado no meu pescoço,
Pensei então na outra metade.
Onde andaria?
Será que ela ainda existia?
Achei também um bilhetinho amassadinho
Que dizia que a vida era ruim sem mim,
Que nada valia a pena no dia em que você não me via,
Aí lembrei do seu sorriso quando você me encontrava.

Eu lhe amava!
Revirei-a mais um pouco
E cheia de desgosto achei então aquela oração
Que você fez pra mim naquele nosso momento ruim
E chorei baixinho de tanta dor.
Também achei um bilhetinho pedindo perdão
Por um momento de tensão.
E lembrei que
Lhe dei esse perdão com a maior emoção.
Em seguida achei um papel dobradinho
Com aquela poesia que você fez pra mim
No dia seguinte que nos amamos pela primeira vez.
Aí delirei de prazer por você.
Também estava lá a letra daquela música
Que quando ouvimos um certo dia
Você me disse então que seria a nossa canção.
E eu a cantarolei baixinho por um breve minutinho.

E aí…
Depois de já estar com o rosto inchado de tanto chorar,
Com o coração estraçalhado
Achei aquele e-mail que você me mandou
Falando do fim do nosso amor.
Que tinha acabado.
Que estava tudo terminado.
Poucas linhas… Rápidas palavras.
Como se a nossa história tivesse sido transitória.
Ardi de dor.
Me enterrei na saudade.
Depois tranquei a caixinha e parti pra minha realidade,
Fingindo a todos não viver na agonia.
Mas na verdade, o que eu queria
Era morar dentro daquela caixinha,
Junto com o meu coração que já vive lá.

Afinal
Desde que você me deixou,
Foi o único lugar que ele encontrou pra
Continuar a pulsar.

Silvana Duboc







De vez em quando
lembra-te de mim...
Do quanto nos amamos,
dos limites que ultrapassamos,
amor que desconhece fim.



De vez em quando
olha tua janela...
Vê-me refletida nela.
Sou aquela cotovia! Só tu vias...
Versejando poesias,
versos que nos envolviam, sonhando.



De vez em quando
dedilha ao piano
e me sintas dançando
aquela sinfonia
que nos (en)levava e trazia
de volta de nossa utopia.



De vez em quando
ouve nossa canção
e atenta ao estribilho
que nos causava emoção
projetando ao nosso olhar intenso brilho,
compartilhando de nossa vida, sem despedida.



De vez em quando
pega meu retrato, que mesmo inanimado
anseia ser tocado.
Manda-me um recado...
Conta-me onde foste... Pra que lado?
Partiste um dia... Onde estás?
Captarei por telepatia,
entrarei em sintonia,
momento único e fugaz.



De vez em quando
abraça-te a mim...
Quero estar bem junto a ti,
apagar a tua ausência,
sentir a tua presença...
Leva-me! Não me deixes aqui.



Carmen Lúcia







Ainda te espero, amor...
Ainda que em outra vida...
Nosso amor sempre será assim,
sem planos ou trajetórias traçadas,
sem fronteiras demarcadas,
sem previsão de fim...






 



 



Bem





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