Nostalgia...
As noites enluaradas
Trazem-me a lembrança
Nossas madrugadas coloridas
Quando nos amávamos
Sob as estrelas
E o sol, a pedido da lua
Retardava o dia
Tua boca em desespero
Deitava-se sobre a minha
Nossas línguas entrelaçadas
Matavam a fome de amor
Que nos consumia
Cavalgávamos nossos animais
Sem medo ou vergonha
Dia e noite, noite e dia
Nossas mãos eram olhos
Passeando em nossos corpos
Lascívia atrevida
Viajávamos dimensões
De luxúrias nunca entendidas
Nossos gozos eram explosões
Big-bangs criando universos
Habitados somente
De prazer e alegria
AtsocErdnaxelA
Respostas...
Vivo dessas horas em que me jogo aqui na esteira
E abraço uma almofada, apenas para sentir o cheiro do silêncio...
Enquanto lá fora o sol matiza de vermelho um céu de fim de tarde.
A brisa invade minha janela trazendo com ela uma canção de ninar...
O canto da relva que se prepara para dormir...
Junto com ela as rosas, menos aquela que colhi...
E pacientemente espera junto aos versos que fiz
Para celebrar o amor do qual me exilei...
Sou quem sabe essa rosa que não vive nem morre...
Mas apenas deita-se junto a versos ainda não lidos...
Sinto-me assim, como essa rosa colhida...
Enquanto a vela queima suas lágrimas sobre o castiçal
Refletindo nas paredes as sombras de uma antiga dor
Respiro esses ares solitários das almas exiladas
Cheias dessa ânsia desmedida de carinho
Que se perdem na madrugada em busca de respostas
Que está bem ali, naquela rosa, que mesmo longe do jardim
Espalha perfume e beleza que verso algum pode traduzir...
AlexSimas
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