E de repente irrompe a dor
A dor de não ser
A dor de querer
A dor de conhecer a razão.
Uma razão que não cabe
Aqui, onde existe a paixão
Aqui, onde tudo é tão teu
Aqui, onde tanto conheces!
E a dor teima e fica
por causa de uma frase "mal-dita"
por causa da visão de um paraíso
que pode nunca ser meu.
E dói ainda a dor
de saber bem onde fica
o meu amor, a minha vida
entre os elos da tua (vida).
Pertenço ao mundo dos sonhos
onde me buscas sedento
quando tua alma te pede...
Pertenço às extravagâncias
a que te permites às vezes
quando o sentido te exige...
Pertenço ao lado escondido
que cala diante do grito
da realidade existente.
Sou elo de ânsias
que buscas à distância.
Sou fogo plácido
que sopras quando queres
calor contundente
e que morre aquecido
quando dele te esquivas
por não ser teu presente.
Sou canal de poesia
em que teu espírito se abriga
quando a presença que te chama
já não é tão exigente...
Quieta poesia
Calada poesia
Que mesmo sendo assim
Só a ti pertence.