Folhas amareladas,
ressequidas, vazias,
final de uma vida folhar,
de galhos a despencar,
a flutuar no ar,
acabada primazia.
Poeira do meu pensar.
Sombra das manhãs,
existência breve,
ao soprar do vento,
em suspiro leve.
Olhos cerrados,
medito em silêncio,
a viver em outonos,
carícias da primavera.
Derramada em lágrimas,
amparo a solidão,
a alimentar a espera,
de uma nova estação.
Rua da saudade,
caminhar preciso,
estrada da liberdade,
seguir firme, conciso.
Novas folhas virão,
em ramos espalhadas,
solidárias na renovação,
a sombrear atalhos,
a preencher meu coração.
Solitária, no tempo,
agitada no esperar
aguardo novo brotar,
com ternura, sentimento.
Natureza, mão operária,
estação em construção,
contagem regressiva,
de um sentir progressivo.
Novo tempo virá,
em crescente renascer,
a folhar a estrada,
a florir o caminho,
num suave enternecer!
®Ana Maria Marya
28/03/2009
>