SOMBRIO
Nos agravos inesperados,
Surge o desconhecido.
Toma-se de ordens, na desordem.
Os mesmos olhos, n’outro olhares.
Que aguarda adormecido,
No meu inverso parecido.
Sem dualismo ou divisão,
Surge no viés da situação,
Em ferina emersão.
Às vezes não sei de mim,
Nem do começo, nem do fim.
Reconheço meu contrário,
Onde habita meu sombrio,
Inseparável estranho,
Que se eleva em lanho.
Em defesa do ultraje,
A mesma essência, em distinto traje.