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Questões da Oração ( parte 6 ).


Podemos dividir a oração em duas modalidades:
A oração privada e a oração pública.
Sem existirem grandes diferenças entre uma e outra no que respeita à forma e ao conteúdo, achamos que a oração pública merece alguns cuidados e comporta regras a que devemos dar atenção.
Enquanto que a oração privada pode ser feita quase sem palavras, a pública já deve conter a expressão verbal das ideias, de modo a que o nosso irmão, que participa dela, possa entender e finalizar conosco no amém.
Nas nossas orações secretas, as quais são a energia da alma, levamos a Deus as nossas perplexidades, dúvidas, ansiedades, tribulações, decepções e desabafos como o fez Neemias (1.4-6), Jesus Cristo (Lucas 9.18), Ana (1Samuel 1.13) e outros servos de Deus.

Nas orações públicas é evidente que os assuntos devem ser mais genéricos e que digam respeito a toda a congregação; as palavras devem ser explícitas e as ideias claras. Mesmo que não encontremos as palavras certas, na oração privada, Deus entende muito bem qual é a nossa intenção; agora, em relação à oração pública, é preferível dizer coisas simples, em vez de rebuscar ideias e referir assuntos que ninguém entende o que seja.
É também importante sabermos que a intensidade da oração não depende do nosso tom de voz. Não é a gritaria e o aparato que chegam ao Céu. Qualquer oração pode ser intensa e sentida, mesmo feita nos moldes mais sóbrios e serenos.

É natural que clamemos (Salmo 39.12 / 17.1-6), mas sem pieguices e sem muito alarde. (1Crónicas 5.20)
Deus precisa de ouvir as nossas preces (Salmo 65.2 / 66.19), mas não é surdo; não precisamos de gritaria para chegarmos aos seus ouvidos.
Decerto que quando os nossos antepassados irmãos levantavam a voz a Deus, o faziam com singeleza e solenidade; e não alacremente e a tocar as raias da irreverência.
Falavam, e a prova de que falavam é que pôde ficar registado o que disseram (Actos 1.24 ; Marcos 14.39) mas falavam comedidamente.
Quando Paulo ora no templo e é arrebatado para fora de si (Atos 22.17), concerteza que orava intensamente, o que não impedia que o fizesse de maneira discreta. Naturalmente quem estava ao seu redor nem se apercebeu do que se estava a passar.
Orar no Espírito, não significa agitação.

A oração em privado, no silêncio do nosso aposento, ou na montanha, é uma fonte inesgotável de bênçãos.
Mas a oração pública na igreja também é necessária.
Quando saímos da esfera de convivência dos nossos irmãos, as nossas orações tornam-se pessoais e egoístas.
Quando oramos isolados, as nossas orações tornam-se formais e rotineiras.
Por outro lado se a oração não for a nossa atitude habitual na vida particular, nunca poderemos orar com propriedade perante a igreja.
Se nos habituarmos a falar com Jesus Cristo em privado e em convívio, sentiremos muito mais a sua presença.

Recomendações para a oração pública:

Não exortes, nem menciones os defeitos dos outros. Não ensines.

Não procures palavras escolhidas, nem frases muito pomposas.

Não mistures palavras e expressões bíblicas que significam coisas diferentes.

Não faças presunçosas meditações nem discursos, expondo as verdades da Palavra de Deus.
Lembra-te que estás a falar para Deus e não para os circunstantes.

Não faças citações despropositadas.

Não percas tempo a repetir sempre as mesmas coisas, ainda que de forma diferente.

Ora com um fim determinado, evitando coisas de carácter pessoal. Pensa sobretudo na glória de Deus, na Sua obra e acção na igreja, o Seu povo, na salvação das almas e nas necessidades coletivas da igreja.

Não digas demasiadas vezes: Ó Senhor, bendito Deus, Senhor Jesus, Pai, etc. Isto chega a tornar-se irreverente.

Não estendas a oração por muito tempo.
Sê sucinto e objectivo.
Diz com precisão e sem rodeios o que pretendes.
Sê natural.

Nunca procures fazer a oração com eloquência.
Ora em voz distinta, de modo a que todos te ouçam e compreendam; mas não grites.

Postura.

Uma questão que por vezes se coloca é a de qual a postura correta para nos dirigirmos a Deus.
É evidente que a própria cultura hebraica, os seus costumes e preceitos litúrgicos nos levarão a concluir que a posição mais correta é de joelhos.
O Salmo 95.6, os textos de Atos 21.5, Efésios 3.14 e Lucas 22.41 dão-nos uma informação precisa acerca da postura que os antigos usavam para a oração.

Retirando a estes casos toda a carga de tradição, de usos e costumes até de outras religiões congeneres, somos levados a crer que efetivamente o cristão deve orar de joelhos.
Não que isto seja uma norma absolutamente obrigatória, mas porque a tradição no-lo recomenda.
Quando oro de joelhos é porque estou postado perante um objeto.
E Deus deixa de ser um objeto no culto cristão, para passar a ser adorado em espírito e em verdade.
E o espírito não tem joelhos.
Não é portanto condição obrigatória postar-me dessa maneira.

Do texto que está em 1 Timóteo 4.8 entendemos também que um gesto que deve acompanhar as orações é o de levantar as mãos.
Gesto que infelizmente tem perdido o uso em muitas igrejas.
Há até quem diga que levantar as mãos a Deus em ação de louvor, não é correto.

Mas não é isto que a Sagrada Escritura nos dá a entender.
(Salmo 143.6 / 134.2 / 141.2 / 28.2)

Habituemo-nos a levantar as nossas mãos em ato de homenagem quando pronunciamos as nossas orações.
Essa é uma atitude que agrada a Deus, pois assim o faziam os homens santos de antigamente.

Sempre que possível, ajoelhemos, postemo-nos ante Aquele que nos criou.
E unido o nosso espírito ao Espírito de Deus, finalizemos dizendo:
SEJA FEITA A TUA VONTADE.AMÉM !!!

Continua...



A Paz e a Graça Sejam convosco.





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