POEMA DO PANTANEIRO
Pantaneiro naõ é só peão não
Pantaneiro desde aprendiz tem cicatriz
É gente que luta na lida do boi bão
E do maruuá também
É gente de comitiva, de arroz tropeiro,
De olhar faceiro e faca na cinta.
De roupa suja e mente limpa
É gente de cantoria. É violeiro de sete cordas
Cada uma prum dia. É violeiro de cantar
Que não tem medo de onça,
Mas tem de piranha,
Porque piranha é bicho peixe traiçoeiro
Mas que vira caldo e faz virar mais homem
O pantaneiro.
Raça diferente. Força de gigante,
Tem como mãe, a teimosia de viver
E como pai, um Deus feliz!
Precisa de muito pouco pra ter satisfação.
Bois, água, estradas de chão e estrelas
Como naquela canção.
EDSON PAULUCCI
— com PanTaneira Neide Monteiro.