Para chegar ao local utiliza-se a ligação rodoviária que leva a Belém (são cerca de 23 km ) seguindo-se posteriormente , a estrada que liga Belém a Cachoeirinha e, dessa forma chegar aos pés do morro através de trilhas em meio a mata e pelas plantações de café.
A LENDA DO AMOR IMPOSSÍVEL...
Conta-se que há muito tempo atrás, época em que o país se povoava no trabalho da terra, aqui chegou um frade moço, forte, honrado cavaleiro do exército de Jesus Cristo. Ele missionava ensinando orações e espalhando exemplos de esperança.
Na mesma aldeia, freiras divulgavam a ciência do esforço e do sacrifício, silenciosa e contínua tal qual pingo de chuva fina, mas teimoso e persistente.
Eis que certo dia, um Frade e uma Freira, na santidade de seus olhares, apaixonaram-se. Sendo ele servo e ela esposa de Cristo, não lhes era permitido outro amor. Amando e padecendo, sufocavam na noite sombria de corações, todo o desejo fremente da sonora paixão.
As razões iam desaparecendo na marcha alucinante de um amor tão desperto e iluminado, tal qual terra virgem que os acolhia. E assim, orando, chorando, penando, furtivamente encontravam-se para um olhar mais terno e para guardarem na lembrança uma recordação deliciosamente cruel.
Mas, uma vez o amor desperto, a busca principia e nunca há caminho de volta. A partir de então, tudo se inflama, não permitindo mais estar na planícies da complacência e realização parcial. Não há acomodação ou ameaça de perigo que impeça o esforço por um grau máximo de aproximação. E assim, às margens do Itapemirim visualizava-se suas duas sombras, negras, lentas, numa procissão de martírio, tentando resistir às tentações da vontade envolvedora.
Se foram ou não um do outro, num milagre humano de esquecimento, não recorda a memória popular. Apenas uma vez, não retornaram ao seu leito de sonhos, por certo sonharam juntos no silêncio da floresta, assistidos e abençoados pela também enamorada Lua.
Ás margens do Itapemirim, sobre os fundamentos de granito, ergueu-se o casal, confabulando juras de amor, ouvidas pelas tempestades e compreendidas pelos passarinhos. Deus não os separou, nem os uniu em um perfeito abraço, mas deixou-os devidamente próximos, em atitude de reza e meditação, de sonho e resignação, frente a frente. E assim permanecerão eternamente.....
Texto pesquisado e desenvolvido por Rosane Volpatto