Serei água, serei vinho.
Serei vinho, serei pão
O que dizer de mim
Que não despertei em ti
A mais pura emoção?
Seco, tinto , encorpado,
Original, genuíno e puro
Tem com os pés amassar
Pra sentir por inteiro
E poder degustar.
Seu gosto melodioso
De aroma inebriante
Em que língua entoar
Traz de volta a euforia
Sempre que saborear
Amigo leal, doce amigo
Em todas ocasiões
Companheiro invisível
Toma em mim forma humana
Muitas vezes, indefinível
Busco em ti amparo,
Acalanto, entendimento
Conforto e até amor
Sinto-me inebriada
Sem ter provado o sabor.
Este vinho quanto mais velho
De uma safra muito antiga
Tornar-se á raridade
Entretanto não traz no rótulo
A palavra liberdade.
Mas traz a sedução
Das festas da Antiguidade.
Beth Nunes