Era uma vez uma cigarra que vivia a cantar. Andava pelo bosque sem preocupar-se com nada. Se tinha fome; comia. Se tinha sede; bebia, Se tinha sono; dormia.
Um dia, enquanto cantava, a cigarra viu uma pequena formiga que carregava uma pesada folha em suas costas, maior do que ela mesma.
- Olá amiguinha! O que está fazendo aí? – perguntou a cigarra.
- Trabalhando, ora! – respondeu a formiga. E continuou: – Preciso trabalhar duro e recolher bastante alimento enquanto o inverno não vem.
A cigarra estranhou tanto esforço e riu daquela situação.
- Cara formiga, não vê que há alimento abundante aqui no bosque? Sempre que tenho fome, há sempre comida por perto. Não quer festejar um pouco comigo?
Mas a formiga sabia o que devia fazer: -Obrigado, dona cigarra! Mas tenho que continuar a trabalhar, não será sempre assim. Dias difíceis virão…
E os dias foram passando, e as noites, e o tempo, e as estações. E o inverno chegou, implacável.
A formiga já havia se recolhido em sua toca. Tudo estava perfeito! Comida, um pouco de lenha para aquecer o ambiente.
Lá fora, entretanto, a cigarra havia ficado tão distraída que não viu que já era inverno e o frio começava a lhe açoitar.
Procurou por comida e não havia mais nada verde, todas as árvores já estavam secas, suas folha já haviam caído.
E onde quer que procurasse, não encontrava lugar seco e quente no qual pudesse descansar.
Olhou em volta e não havia ninguém que lhe pudesse ajudar. Lembrou-se, então, da pequena formiga. -Sim! Ela pode me ajudar! – pensou.
Caminhou até a toca da formiga e, lá chegando, bateu à porta.
- Amiga formiga, poderia ajudar esta cigarra faminta e com frio?
- O que aconteceu com a cantoria, dona cigarra? – perguntou a formiga, sendo irônica.
E a cigarra pediu: – Ajude-me, formiga! Tenho fome e sinto muito frio! Não sobreviverei este inverno sem comida e abrigo. Aprendi a lição: guardarei na fartura para que tenha na dificuldade.
A formiga se sensibilizou com aquele ser e resolveu ajudá-la. A cigarra comeu, bebeu, dormiu e cantou o inverno inteiro na toca da formiga.
Quando os primeiros raios de Sol da primavera apareceram, a cigarra pulou para fora da toca da formiga e saiu a dança e cantar, comemorando! Esquecera-se da dificuldade de outrora.
De volta ao trabalho, a formiga pegou uma das primeiras folhas e pôs-se a carregá-la para a toca.
Então, caros amigos, assim também somos nós. Alguns previdentes e outros inconsequentes. Há quem guarde sem ter passado realmente por dificuldades e há aqueles que vivem esbaldando-se nas distrações da vida, como se nada lhes pudesse acontecer.
E quem é você nesta fábula? A formiga ou a cigarra?
“Ajuda-te que o Céu te ajudará.”
Jean de La Fontaine
A Bíblia também exorta assim :)
Vai ter com a formiga, ó preguiçoso;
olha para os seus caminhos, e sê sábio.
( Provérbios 6:6 )