O espelho
Diante do espelho do meu quarto,
Uma sombra envolta pela luz apagada,
Momentos infinitos como o breu reparto,
O corpo e alma exaustos pelo fim da jornada.
Acendo a luz com certo medo
Do espelho traidor e verdadeiro,
Que adora contar meus segredos,
Pois é ele quem os sabe primeiro.
Aquela ruguinha frágil e sutil,
Reflexo cravado do meu desejo
E outra intrusa funda e inútil
Que existe mas finjo que não a vejo.
A calvície que nem ao menos é precoce,
O sorriso que ainda conservo meu
E entendo que por mais que me remoce
Sei que todos esses anos são só meus.
E sigo passos lentos, mas cantando e feliz,
Enxugo a suave lágrima nos olhos vermelhos,
Afasto-me desse diário que só verdades me diz,
Meu confidente cruel e também fiel espelho.
Josué Basílio Oliveira
(23/12/08)
****************************
*JOSUÉ... UM AMIGO DE PLANTÃO*
****************************
Os direitos autorais são protegidos
Pela lei nº 9.610/98,
Violá-los é crime estabelecido pelo
Artigo 184 do Código Penal Brasileiro