Lobo solitário
É noite, o silêncio esmagador,
A gritar a minha dor,
Chama-me a correr:
“Vá, Lobo Solitário,
Suba a colina,
Busca a tua sina,
E uiva até morrer!
Teu peito é um sacrário,
Tua vida um coração,
Os teus gemidos,
No sereno engolidos,
Uivos na madrugada,
Que se perdem no nada,
Sucumbindo à solidão.
Onde está a tua amada,
Aquela por quem chamas,
A deusa apaixonada,
Que sem conhecer já amas?
No compasso da loucura,
Buscando na noite escura
Da tua vida a aurora,
Mergulha agora,
Alma de lobo coitado
No luar prateado,
Antes que ele vá embora!
Teus gritos surdos no espaço
Implorando até o cansaço,
Perdem-se na escuridão.
Tua sina é a solidão!”
Enganas-te, ó noite malvada!
Pois eis que o canto da minha amada
Já o ouve meu coração.
O despertar do dia,
Conta-me em poesia,
Que é finda a minha solidão!
Lídia Sirena Vandresen
09.11.09
*
*
*
Texto em inglês
Os direitos autorais são protegidos
Pela lei nº 9.610/98,
Violá-los é crime estabelecido pelo Artigo 184
do Código Penal Brasileiro
.
</br
>