,
NATAL
Soa a palavra nos sinos
E que tropel nos sentidos,
Que vendaval de emoções!
Natal de quantos meninos
Em nudez foram paridos
Num presépio de ilusões.
Natal da fraternidade
Solenemente jurada
Num contraponto em surdina,
A imagem da humanidade
Terrenamente nevada
Dum halo de luz divina.
Natal do que prometeu,
Só bonito na lembrança.
Natal que aos poucos morreu
No coração da criança
Porque a vida aconteceu
Sem nenhuma semelhança.
.•*¨ ✿. ¸.•*¨ ✿..•*¨ ✿. ♡
.♥♥
Miguel Torga
in Diário XI