Dos olhos quase fechados pelo flagelo sofrido, uma luz ainda brilhava. Aquele homem cujo corpo jorrava sangue vivo, rosto desfigurado pelos maus tratos, caminhava lentamente carregando sobre seus ombros muito mais que um madeiro; carregava os pecados do mundo.
Apesar das zombarias, dos xingamentos ele os olhava com amor e caminhava rumo ao seu destino cruel imposto pela lei dos homens e por determinação de Deus, seu pai.
Talvez muitos se perguntaram, outros ainda perguntem por que Deus permitu o flagelo, a morte do seu filho? Qual o propósito de Deus? E Jesus, porque se permitiu à humilhação, ao martírio? Por que se deixou morrer?
A verdade é que Jesus buscava algo, buscava a salvação de todos os homens; homens que lhe impunham naquele momento o martírio injusto, que lhe acusavam de um crime sem que o tivesse cometido. Tudo porque Jesus semeava a palavra de Deus Pai, semeava a verdade e o amor entre os homens.
Ele nunca quis tronos, terras, poder. Quis tão-somente amar, e nos amou de tal maneira que padeceu o maior de todos os flagelos por nossa salvação. Sangrou, sofreu e morreu por amor.
Eis o seu maior ensinamento, o amor. Não o amor terreno, mas o amor sagrado, o amor santo. O amor da entrega, do bem ao próximo. Este é o significado do verdadeiro amor ensinado e praticado por Jesus.
O mesmo amor pelo qual se entregou à morte, amor este esquecido por muitos, desprezados por tantos. Tão grandioso sentimento que ainda hoje apesar das grandes moléstias do mundo, permanece vivo nos corações de todos aqueles que fazem dos ensinamentos de Cristo o alicerce de suas vidas.
“Amai-vos uns aos outros assim como vos amei”. Que este ensinamento seja uma constante nos nossos dias.

Anne Veloso