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Na escuridão com Mikey Way
Enquanto ele passeia por aí, fica claro que há algo que ele quer arrancar do peito. Ele começa a falar da criação do ‘The Black Parade’, o álbum que o colocou aonde ele está agora. Ele menciona as forças sombrias que a banda diz que os levaram ao topo do desastre durante o processo de gravação, destacando que o membro com mais problemas durante esses meses tensos foi ele.
Enquanto seu irmão Gerard Way esteve aberto sobre sua luta contra a bebida e as drogas, as agonias de Mikey foram menos publicadas. Mesmo ele dizendo, “Eu estava bem mal, eu estava a dois passos da Clínica Betty Ford. Quando Gerard parou de beber (2004), me colocou na minha leitura para recuperação – é só que minha leitura levou alguns anos. Espera, eu parei de me drogar tanto, mas foi a bebida que me ferrou. Eu achava que não tinha problema, porque não estava me fazendo depressivo. Mas daí, mais tarde na vida, eu percebi que eu tinha um problema de verdade.”
Conforme ele vai falando, vai ficando claro o quão difícil a vida se tornou para Mikey no último ano. Silenciosamente, como ele fala, ele revela como ficou paralizado tão rápido por causa da depressão que ficou perto de deixar a banda, deixar os amigos e, mais horrível ainda, como ele até pensou no suicídio.
Pelo que você estava passando durante a gravação do ‘The Black Parade’?
“Foi uma imaturidade de um cara de 25 anos e aquela coisa de tomar coquetéis anti-depressivos e depois beber. Eu tinha parado de me drogar, mas eu estava muito depressivo. Houveram vários eventos traumáticos por quais eu passei que eu necessariamente não continuei ou aceitei. Eu também me mudei para o Brooklyn logo depois que nós chegamos em casa da tour ‘Three Cheers for Sweet Revenge’ (2005) e foi a primeira vez que tivemos a chance de ficar em casa por um período mais longo de tempo. Foi a primeira chance que tivemos de sermos pessoas normais por um tempo. Aquilo foi uma pancada pra mim. Era estranho, eu não podia me usar por permanecer em casa por dois ou três meses. Eu simplismente não consegui.”
Isso foi confuso?
“Sim, tudo era suposto para ser estável e bom, mas não foi. No topo disso eu tive todas essas dependências químicas e eu só tinha completado 25 anos, o que me levou à depressão. A vida estava me caçando.”
Houve muita pressão da banda então para compor um seguidor de sucesso para o ‘Three Cheers for Sweet Revenge’?
“Sim, tinha a pressão também. As pessoas estavam dizendo, ‘Vocês estão criando o sucessor, vocês têm que superar o último’. Isso estava na minha cabeça o tempo inteiro. Então eu comecei a temer minhas próprias habilidades.”
Sua habilidade musical?
“Sim, isso e todo o resto. Tudo – a vida em geral – tudo estava girando minha cabeça.”
Você acha que superou isso agora?
“Eu não sei se eu superei verdadeiramente. Mas eu estou muito melhor também. Eu estou provavelmente uns 60 ou 80 por cento pronto. Basicamente o que aconteceu foi que eu deixei a mansão Paramour (estúdio no qual o MCR gravou o ‘The Black Parade’), eu deixei depois de ter um descontrole mental. Eu passei por algum trauma, deixei a casa para ficar com uma das minhas melhores amigas, Stacy. Deixar a Paramour foi o ponto de virada pra mim. Aquela casa confundiu tudo na minha cabeça e fez tudo ficar mil vezes pior.”
Porque foi tão ruim lá?
“Aí está o ponto – estar naquela casa foi como estar em outro país. Você não tinha serviço telefônico e a internet era bem ruim também, então parecia que todos os meus meios de comunicação estavam inválidos. Eu não tinha carteira de motorista naquela época, então eu estava preso à propriedade. Era longe de qualquer lugar. Nós tínhamos longas práticas, acordávamos e tocávamos até meia noite. Se você juntar isso tudo com o fato de que eu estava em depressão era como se alguém colocasse gasolina em todos os meus problemas e ateasse fogo neles.”
Esse é um jeito difícil de fazer um álbum.
“Yeah... e eu quase não entrei nessa.”
Você esteve perto do suicídio?
“Eu estive muito perto. Eu sabia que ia deixar a banda ou então deixar o planeta Terra. Eu senti como se não fosse um nem outro. Eu só pensei, ‘Eu não posso lidar com isso’.”
Quem te ajudou a passar por isso?
“Oh, todo mundo. A banda, meu irmão, meus pais, minha esposa, todos os meus melhores amigos. Minha melhor amiga Stacy salvou a minha vida. Ela me tirou da mansão, me colocou no seu lar, me tirou da cama e me fez ir aos meus horários marcados com terapeutas. Ele me fez procurar por ajuda constante.”
Você esteve vendo um monte de terapeutas?
“Eu estava vendo quatro diferentes médicos por semana. Eles estavam a dois passos de me internar num hospital. Eu acho que o Gerard queria me colocar em algum lugar.”
Isso foi sério?
“Sim, foi péssimo, mas eu sei que ser internado em algum lugar não ajudaria. Eu era mais forte que aquilo.”
Parece que você está se sentindo melhor agora.
“Eu estou tomando remédios e isso ajuda. Meu irmão e eu temos uma história de depressão, é uma coisa genética. As pessoas não são as mesmas. Eu e ele nascemos assim. Então eu tomo medicamentos. E tudo está ótimo para nós agora. Eu estou mais feliz do que eu era desde que eu tinha 14 anos. Estou no topo do mundo. Eu realmente estou.”
CREDITOS: My Chemical Team
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New Look feito pela: Isah
Espero que curtam!
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