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Preso à marcação, Lucas celebra boa fase individual num Liverpool em crise
Destaque também ofensivamente nos tempos de Grêmio, volante se diz feliz com elogios na ‘nova’ função e se coloca à disposição de Dunga na seleção
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Victor Canedo Rio de Janeiro
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Lucas carrega o Grêmio para o ataque: tempos de mais liberdade no meio-campo
Quem se lembra de Lucas com a camisa do Grêmio, em 2006, sabe que ele não atuava como um simples volante. Peça-chave do Tricolor gaúcho que retornou à Libertadores um ano após o acesso, o jogador aproveitou a liberdade tática fornecida por Mano Menezes e se caracterizou pela técnica. O sucesso o levou ao Liverpool, da Inglaterra, onde conquistou de vez um espaço entre os 11 titulares após a saída de Xabi Alonso e acumulou convocações para a seleção brasileira.
Mas, se é cada vez mais raro vê-lo fazendo gols – são quatro em pouco mais de duas temporadas –, suas atuações têm contrariado a péssima fase do time, sétimo colocado no Campeonato Inglês e a 11 pontos do líder Chelsea.
– O futebol inglês é bem diferente do brasileiro. Hoje eu tenho funções a mais a cumprir que antes não tinha no Grêmio. A velocidade de jogo não permite, pois o jogo aqui é muito intenso e os volantes acabam tendo um trabalho muito importante, pois além de dar o balanço à equipe, têm que fazer as coberturas e, ainda se possível, chegar à frente – analisou Lucas, antes de embarcar para Doha, no Qatar, e se juntar à seleção brasileira.
Lucas sorri no Liverpool: bom momento individual num time em crise no início da temporada
Apesar da “novidade”, Lucas garante não ter preferência. Seja de quem estiver ao lado.
– Quando jogo com o Mascherano tenho mais liberdade para atacar, mas também não quer dizer que eu tenho que ir toda hora. Mas muitas vezes quando o Gerrard recuava eu fiquei como primeiro volante. Também joguei assim nas Olimpíadas e fui bem. Gosto de jogar nas duas funções – disse.
Os elogios atravessaram a Inglaterra e desembarcaram em Londres, onde o técnico Carlo Ancelotti, do Chelsea, afirmou ter gostado do desempenho do jogador na vitória sobre o Manchester United, no último dia 25.
– Fiquei muito contente até porque ele é um treinador que tem um peso e entende muito de futebol. Sinal que ele viu coisas positivas no meio-campo do Liverpool – afirmou.
Aos poucos, Dunga também tem se convencido de que Lucas pode ter uma vaga no elenco que viajará para a África do Sul. Outra boa oportunidade pode ser o amistoso diante da Inglaterra, país onde atua e conhece praticamente todos os adversários, no próximo sábado, em Abu Dabhi. Seja como titular ou reserva, o volante quer estar e se sentir preparado.
Lucas corre para o abraço: gol na estreia do Grêmio contra o Cerro Porteño na Libertadores-2007
– O meu objetivo no momento é permanecer no grupo de convocados. É lógico que todos que vêm para a seleção têm o intuito de jogar, mas eu respeito a sequência do Gilberto e do Felipe que fizeram por merecer a titularidade. Me resta continuar tendo boas atuações. Como o Dunga sempre diz: o jogador tem que estar preparado para jogar os 90 minutos, cinco minutos, ou não jogar – contou.
A seleção brasileira encara a Inglaterra às 15h (de Brasília) HJ, em Doha. Na terça-feira, os comandados de Dunga fazem novo amistoso, desta vez contra Omã, em Mascate. Lucas nao deve ser titular