TORMENTA
Pobre homem indefeso!
Vê-se preso sem alternativa alguma.
Perdeu sua história, seu chão.
Seu espaço não mais existe.
Pobre e indefesa criatura!
Tudo agora se acabou,
transformou-se numa impiedosa loucura.
Perdido... completamente desamparado.
E do outro lado há sempre alguém que tripudia:
coitado, tanto amou e agora é só!
Que rumos tomar? Razões, onde encontrar?
Não há razões. Não há rumos.
Tudo se foi com suas ilusões.
Agora, sentado num canto qualquer,
embaixo de uma marquise qualquer,
sonhando um sonho qualquer,
O tolo sem vida e sem espaço
perambula e lamenta...
Mas, a vida continua, e em seu coração
apenas a dor, apenas a saudade,
apenas a tormenta.
E como atormenta!
_MARCO MOTTA_