A vontade e o grito
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Arrisco o grito...
perco as palavras que não tenho,
a vida que não é minha,
o tempo que escasseia.
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O silêncio jaz em estilhaços,
olho o que sinto
calo intentados segredos,
perco a fé nos homens,
que nos deuses nunca a tive.
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Arremesso gestos ao ar,
salgo os dias, salgo o peito
onde perdidas são as razões.
Inauguro compostos enganos...
..
Permaneço aqui acordado,
quieto, corpo tenso.
Ensaio lutas fabulosas
com aquele que sou...
Ainda me mantenho entre os vivos.
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António Patrício
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