Soneto das ilusões
Antes o pranto de um amor ausente
do que não ter por quem chorar!
Onde estás? Horas mortas, frias,
tua imagem procuro no meu peito.
Um poeta não tem noites, não tem dias,
sonha nos céus, nas nuvens faz o leito.
Onde estás? Longe? Que tens feito?
Em que corpo estão tuas mãos macias?
Fiz-me poeta! Sei, não sou perfeito,
vivo cheio de ilusões vazias...
Volta! Não há ninguém no teu espaço.
Diz um nome feio que é mais bonito
o silêncio fere mais que um grito.
Sou poeta, embaixo vai um traço!
E para que voltes, em branco e preto,
te grito o meu amor neste soneto!
Inácio Dantas
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