Minh´alma derrama sobre o papel,
Aflições que sangram,
Dores causadas pelas injustiças,
Frieza de corações, olhares seduzidos pela cobiça.
Promessas não cumpridas de governantes,
Enganações e dissabores, que o mundo oferece de bandeja,
Gente maltrapilha, fazendo da calçada sua morada,
Menino de pés descalços, barriga vazia, pedindo trocados na esquina.
Milhares de famílias vivem no limiar da fome e da miséria,
E toneladas de alimentos são desperdiçadas diariamente de nossas mesas.
Ou o prazo de validade de alimentos vem-se em estoques do governo,
Aguardando a vasta burocracia para liberação.
Vivemos num paralelo de abundância de poucos e miséria de muitos!
Realidade nua e crua, que a sociedade nos faz engolir a seco.
Pergunto-me?
-Quem é o culpado!
Soam reticências do descaso, somos náufragos nesse mar de problemas,
Vamos remando contra o tempo, buscando soluções caseiras de eficiência em longo prazo.
Sem planejamento familiar crianças são lançadas ao mundo, sem a menor estrutura ou o básico para se viver.
Criam-se a Deus dará!
Em seu ambiente familiar precário, enlaçados muitas vezes a violência doméstica, abusos sexuais e trabalho explorado.
Num circulo vicioso, essas mesmas crianças, se não tiverem um acompanhamento,
E incentivos escolares, apenas deixarão como herança rastros de violência e revolta.