Noturno De Amor
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Vem de manso... de leve... suave e doce
Como um silêncio estático de prece
Que a tua vinda seja tal qual fosse
Apenas a saudade que me viesse...
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Vem de manso... na névoa da penumbra,
faze um gesto litúrgico de bênção!
A alta noite tristíssima deslumbra
Dos meus olhos nostálgicos que pensam...
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Sugere, mas não fales... porque a frase
É vã, no amor... mistério... sonolência
O esquecimento, quase... a morte, quase
Intuições... irrealismos... inconsciência...
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Morre a noite, a um luar triste de romance
Vem de leve!... E, ao palor da noite extinta,
que seja só meu sonho que te alcance
Minha alma, unicamente que te sinta...
Cecília Meireles
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