Poema da ansiedade
Quando eu não pensava em ti...
Os meus pés corriam ligeiros pela relva
E os meus olhos erravam
Distraídos e felizes
Pela paisagem toda
Quando eu não pensava em ti...
As minhas noites eram
Como o sono do céu, cheio de luar
Quando eu não pensava em ti...
A minha alma era simples e quieta
A minha alma era uma ave mansa...
De olhos fechados
Na alta imobilidade de um ramo
Quando eu, não pensava em ti...
E agora
Ó eleito
O meu passo demora
Esperando pelos meus olhos
Que procuram a tua sombra...
As minhas noites são longas, morosas
Tão tristes...
Porque o meu pensamento
Põe-se a buscar-te
E eu, sem ele, fico mais só...
Perderam-se os meus olhos
Entre as estrelas
Entre as estrelas se perderam...
As minhas mãos
Nesta ansiedade de te alcançarem...
Eleito, ó eleito
Por que foi que eu fiquei assim?
Por quê?
Desde o chão do meu corpo
Até o céu da minha alma
Sou uma fumaça de perfume
Subindo em teu louvor?
Quando eu não pensava em ti...
Os meus olhos erravam
Distraídos e felizes
Pela paisagem toda.
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