INVASORAS
A menina em mim,
Quer um cavalo alado
Uma cantiga de ninar
E um jardim encantado.
A louca em mim
Quer colher orvalho nos olhos vazios
Vagar a esmo por alguns jardins
E plantar estrelas nos campos sombrios.
A santa em mim que perdoar o tempo
Cuidar dos famintos e acariciar os pobres
Reconhecer seu deus e seus impulsos nobres.
A mulher em mim quer eternizar um poema
Dar luz a novos lírios e acordar serena,
Não quer ser pura, nem devassa,
Nem concreto, nem fumaça.
A bruxa em mim quer enfeitiçar o espelho,
E o insano homem que nunca veio.
Traduzir o sol vermelho e o vinho forte na taça.
Eu de mim mesma quero o silencio!
Das tantas que vivem em mim,
Salvar a poetiza e a estranha,
Aquela que nunca cessa que é isenta e sem fim.
Que a seiva da vida apanha e colore de carmim.
Claudia Morett
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