A nuvem se aproximava de mim, lá em cima,
no céu, dentro da
janela que vejo aberta do nosso quarto.
janela que vejo aberta do nosso quarto.
Ela foi se aproximando. Ela foi me comendo, devorando minha
pele,
pele,
minha carne. Me consumindo célula por célula, dolorosamente, ardentemente
e friamente.
e friamente.
Como se não doesse.
Tudo ao meu redor começou a girar numa velocidade
terrivelmente veloz,
terrivelmente veloz,
sugando meu travesseiro, meu colchão, meu teto, meu
chão.
chão.
Já ia te avisar que ela ia te sugar, já ia te segurar, mas
já era tarde.
já era tarde.
Você também foi sugado pela nuvem devoradora de pessoas,
ideias, sonhos, realidade.
ideias, sonhos, realidade.
Fechei os olhos e pedi: Deus, me adormece pra parar de
doer?
doer?