o que predomina em mim no momento, é ódio, rancor, e todos os sentimentos feios que ninguém deve sentir, sem uma gota de compreensão, ou de esperança!
Não precisa de filosofia, eu confesso, que se eu pudesse, queria uns dias, longe de mim mesma, é certo de que o calendário, os ponteiros, não voltam, parece que quando quero tempo, o mundo ainda por sí, gira mais rápido, atropelo o tempo, e de repente, passou um dia, uma semana, um mês, um ano. E eu? Nem ví, não dei valor as minhas atitudes, aos meus erros, as minhas obrigações, não me lembro de terem dito, que reclamar, e querer voltar no tempo, funciona!
Por isso, fico aqui, vendo a chuva passar, com uma vontade enorme de ir pra bem longe, romper todos os laços com todo mundo, ir pra um outro país, fugir pra uma galáxia levando só o que eu preciso, para sobreviver, ir pra um lugar improvável, e lá, construir uma vida diferente, sabendo que ignorar os fatos não os alteram, só que por um tempo, congelar alguns. E então, voltar, bater na porta daquelas pessoas que a muito não via, dizendo que senti saudades, que foi muito difícil sem elas, que aprendi muita coisa, que joguei fora, aquelas partes de mim que nem eu sabia, o porque existiam, voltar com o coração aberto, e a mente aberta a opiniões,voltar no tempo exato. Quando ainda não for tarde demais, talvez funcionasse, talvez não, pensei por vezes, em sair daqui, já tive apoio para isso, mas eu olho para traz, e me vejo tropeçando na vida, tropeços que me ensinaram, me fizeram levantar e caminhar mas algumas vezes, sinto que cai, que doeu, machucou, que eu precisava me resconstruir, dar um tempo, e sem esperar que ninguém me levantasse, levantar... Chegar com um sorriso no rosto pedindo desculpa pela ausência que se fez, em várias situações, dizendo, que eu precisava daquele tempo, e falando, "me lembrei de ti", "como você anda?", "tem tanta coisa pra te contar"... Mas ainda sabendo o que fazer, muitas vezes ninguém faz, e eu simplismente digo, não sabia o que fazer, me preucupo com isso, conheço algumas pessoas indecisas, e indecisão não me agrada, por isso, estou decidida, tanto quanto ao que fazer, a como fazer...
Falta ainda alguma coisa, alguma parte que se perdeu e por isso, ainda não dá para partir, calma, sem melancolia! Como de custume me prendo as pessoas, e as torno partes de mim, algumas substituiveis, não porque quero, na vida de qualquer um existem os figurantes, outras precisam estar visíveis, para quando elas precisarem, eu poder estender o braço, e vice-versa, algumas são partes pequenas, e por fim, aquelas insubstituiveis, incomparaveis, que nos prendem mesmo contra a nossa vontade, e sem o consentimento dessas, é impossível ir a qualquer lugar.
Sem dramas, mas não se caminha até o fogo, quando se queimar não é a intenção, as lágrimas podem cair, mas tem uma hora, que não dá mais para olhar para trás, que mesmo tarde demais, é necessário assumir os erros, não dói tanto dizer "eu errei", mesmo sendo assim, tão teimosa, autoritária, é necessário, as vezes me culpar, se tudo está errado, não adianta aquela velha frase dos acorrentados, "a culpa não foi minha", deixo o orgulho ali, naquele canto vazio, e assumo, a culpa é minha, única e exclusivamente minha, não dá para se arrepender de tudo, só que de certas coisas é necessário, para não fazer de novo, se arrepender para aprender, se arrepender para não distribuir culpas, e me tornar vítima dos próprios sofrimentos, isso deve ser a coisa mais ridícula e covarde que o ser humano pode fazer, então com licença, a culpa é minha, culpa não é um sentimento tão feio como muita gente acha, ela me faz exercitar o sentimento mais brilhante e bonito do mundo, o perdão, então a única coisa que tenho para dizer, é eu me perdoô, não eu não vou perdoar você, aliás, você não fez nada. Eu me perdoô pelas minhas lamentáveis escolhas, por ter traçado o caminho mais complicado, quando o fácil estava na minha frente, pela minha imaginação muitas vezes pra lá de maluca, pela minha imaturidade em certas circunstâncias, por ter deixado o emocional tomar todo o espaço do racional certos dias, por ter culpado a vida. Seja para fazer o que for, se perdoe, e então continue, mas pelo amor de Deus, humanidade, você, eu, eles, todos somos humanos, por isso eu me perdoô, me culpo, me assumo, me aceito, antes de tudo, temos que pensar em nós, sem amor-próprio, sem nem se aceitar, como espera, que o próximo te ame,te aceite...?
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em 08/11/2009 às 15:10 disse: