Belíssimo!!
Basta…
Que eu não perca
A vontade de esquecer, alcançar
Rasgar certas coisas
Que imaginava intactas, eternas
Mas são fúteis, vazias!
Basta…
Que as mãos
Mesmo que molhadas
Não percam o aroma da escrita
Mesmo que seja na sombra
Ou na distância errante do infinito!
Que me importa a mim
Que digam que o rosto
Dos meus versos é triste, impotente?
Que as saudades pousem
Orvalhadas na minha face
Que o corpo frágil do poema se curva
Está preso com algemas gélidas, frias?
Que me importa a mim
Que digam que escrevo
Com olhos parados, repletos de mágoa
Que tombo e me desfaço?
Que canto com um sorriso
Amargo nos lábios
Com a alma de joelhos
Tremo a caneta pousada
Silenciosamente nos finos dedos?
Basta…
Nem eu sei todas as respostas!
Estou em constante metamorfose, sim!
Telma Estêvão