As estrelas, brilhantes em minha boca,
deixaram oca a alma e os sentidos,
e se perderam no vazio de teus ouvidos,
e na minha voz tão amante, pouca.
Nas vestes de um peito nu busquei abrigo.
No vago a alma se fez solitária,
e pensei que a luz só a teria contigo
e que meu ser seria a tua luminária.
Mentiras! Foi o que em mim deixaste!
Covarde! Foi assim que vi partir
nosso amor, sem alarde, como um traste
sem ânimo, a vista queda, quieta, sem porvir.
Ontem, encontrei uma jóia, uma foto, entretanto,
na gaveta entreaberta da nossa história.
E no toque único daquela hora, tateei o encanto
de perceber que ainda brilhas, viva, na memória.
Vi que daquele imenso amor, muito ainda havia
e que o passado onde fomos alegria será eterno.
Rebrilhará em outro outono o que por hora é o inverno
onde chora minha alma, e molha a tua fotografia!
© Mauro Veras & Verluci Almeida
17/10/09
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