
Já deixei avisado para meu filho
que vou querer minha lápide assim:
"VERLUCI, PASSOU PELA VIDA SORRINDO"

"Ao nascer, você chorou
enquanto o mundo se alegrava.
Viva sua vida de tal modo que, ao morrer,
o mundo chore enquanto você se alegra."
(Antigo ditado sânscrito)

"SORRIA SEMPRE E O MUNDO
SORRIRÁ PARA VOCÊ!"

AOS POUCOS
Meu rosto era tão lindo
tão claro, lisinho.
Foi enrugando-se
aos poucos.
Sonhei primavera florida
Vivi intenso verão.
Folha eu fui no outono.
Desintegrei-me aos poucos.
No gélido inverno,
me desfiz em flores e cores.
De mim, restou apenas
a lágrima que rola,
nos olhos de meus amores!
®Verluci Almeida
Direitos Autorais protegidos
pela Lei 9.610 de 19/02/98.

Sorrindo, às vezes triste e calada, sigo esparramando
doces palavras no papel. Deixo em meus versos, meus
sentimentos, minhas emoções, um pedacinho de meu
coração. (Verluci Almeida)

SORRIA! Sempre há uma razão para agradecer.
Você anda, você fala, você ouve o canto do passarinho.
Muitos não tiveram a sua sorte. É mais um lindo dia.
- Agradeça! ( Verluci Almeida)

DESPEDIDA E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perde da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação. Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito. E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho? Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil. Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus. A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo. ( Rubem Braga ) ![]() |