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Elvis Presley

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Parte da entrevista com Larry Geller, o cabelereiro de Elvis:

Também deve ter estado presente quando começaram a surgir boatos sobre o livro Elvis: What Happened?.

Quando Elvis ouviu falar sobre esse livro e que os 3 homens iam “chutar o balde”, isso o afetou muito. Sentiu-se como se o estivessem esfaqueando. Ele dizia: “Se aqueles caras precisavam de dinheiro, eu daria tudo o que queriam. Só que já não os quero à minha volta. Já tive processos legais em cima de mim que me custaram 10 milhões de dólares por causa deles.” Passaram-se dois ou três meses e nunca mais ninguém ouviu falar do livro. Elvis pensou que talvez o Coronel tivesse conseguido fazer parar o processo. Disse-me que pensava que afinal já não seria mais publicado. No entanto, um dia, durante uma turnê, um fã que tinha trabalhado na editora de Nova Iorque, me forneceu uma cópia manuscrita. Voltei para o meu quarto e pensei, “Oh, merda, eles vão acabar com Elvis.”



Grande parte do livro era exagerado e havia meias verdades. Então senti que precisava de esperar pelo momento certo para contar a Elvis, pois agora sentia que a pressão estava em cima de mim. Duas semanas depois, ainda em turnê, estava no quarto com Elvis e ele estava a queixar-se que doía a garganta e que lhe doíam os ossos. Sentia que alguma coisa estava errada e foi aqui que ele mencionou um possível câncer. Disse-lhe que ele precisava de dormir bastante e recarregar as suas baterias, visto que estaria no palco mais uma vez naquela noite. Deixei-o ficar sozinho e fui para o meu quarto.



Uma hora e meia depois o meu telefone toca, “Lawrence, volte aqui, por favor. Não consigo dormir, pede ao Dr. Nick para vir.” O Dr. Nick chegou e deu a Elvis um monte de comprimidos. Regressei ao meu quarto e deixei-o dormir. Naquela tarde, às 16h00 voltei ao quarto de Elvis para o acordar e bati suavemente na porta. Elvis disse, “Entra, Lawrence,” e estava sentado na cama. Estava a abanar a cabeça e disse, “Não consigo, caramba.” Nesta momento, Joe entrou. Elvis disse, “Escutem, rapazes, estou doente. Tenho de cancelar a turnê. Vou telefonar ao pai e vocês regressem aqui daqui a 5 minutos.”



Me dei conta que se Elvis cancelasse a turnê naquele momento, isso só iria acrescentar mais lenha à fogueira do livro que eu sabia que seria publicado.



Então foi nesse momento que percebeu que tinha que contar a Elvis sobre o livro?

Exatamente. Com o Dr. Nick e o Joe presentes, contei tudo a Elvis no seu quarto naquele dia. Disse, “Elvis, tenho que te dizer uma coisa. Ninguém à sua volta te conta a verdade, mas sabe aquele livro? Vai sair, já vi as provas.” Elvis ficou branco. Eu disse, “Se está doente e quer cancelar esta turnê, tido bem. Mas os rapazes estão prontos para te crucificar e tens de saber o que se passa. Vão dizer coisas que não vai gostar de ouvir, mas tem de estar informado.”



Elvis estava de pé, mas sentou-se na cama, com o seu macacão e disse, “Telefona já ao Coronel”. Deitou na cama, e cruzou os braços. Neste momento entra o Charlie Hodge, todo divertido e pronto para ir para o palco. Elvis bronqueou: “Fecha a matraca, Charlie.” Agora, tanto Joe como todos nós estamos sentados na cama de Elvis quando Tom Hullett entrou e perguntou o que estava acontecendo.



Elvis disse: “Não sou capaz. Estou doente, caramba. Detesto ter que fazer isto, detesto ter que cancelar a turnê, mas não sou capaz.” Tom Hullet disse o mesmo que eu. “Se tem que fazer, tudo bem, mas isso vai chegar a imprensa. Por isso, por motivos de segurança, temos que te levar a um hospital e depois para casa.” Elvis me fez um sinal para ir até o banheiro com ele, levantou os braços e olhou para mim. Disse, “Olha para mim, Larry, olha para mim, homem. Estou tremendo, estou doente” e estava a chorar. Comecei a chorar e disse, “Sei que está doente, mas tive que dizer. Desculpa. Foi este o momento em que tive que contar. A tua vida está em jogo.”



Durante as duas horas seguintes estivemos arrumando as malas e a preparando-nos para ir embora. Não lhe arrumei o cabelo como costumava fazer e ele esteve muito calado comigo e não disse nada. Regressamos de avião a Memphis onde esperavam que fôssemos diretamente para o hospital, mas em vez disso fomos para Graceland. Já aí Elvis come uma torta enorme e acaba ficando no seu quarto até às 18h00 e só depois é que vai para o hospital. Senti que não podia regressar a LA até falar com ele, por isso fui até ao hospital, onde os rapazes me informaram que ele não me queria ver. Lembro-me de ver Lamar saindo do quarto de Elvis e de me dizer, “Contaste-lhe a verdade, não foi? Caramba, deixa-me apertar sua mão. É o único daqui que tem coragem!”



Continuava a precisar de ver Elvis, por isso esperei durante dias num quarto próximo ao seu. Não era capaz de ir embora. Numa manhã ouvi Elvis dizer, “Lawrence, está aí?” Entrei no seu quarto e Elvis disse, “Larry, tens de me perdoar, irmão. Foi o meu ego. Está aqui porque me disse a verdade. É por isso que está aqui. Tem que entender pelo que estou passando.”




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