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Depoimento de uma fã de Elvis Presley

Eu nasci numa cidadezinha do interior de São Paulo chamada Santa Albertina...
Até que um dia, lá pelos meus 10 anos de idade (eu tenho 42 anos) ouvi no rádio alguém cantando uma música chamada "Sylvia".

Era o King.

E aquela voz nunca mais saiu da minha cabeça...dos meus pensamentos....da minha alma. Costumo dizer que foi "amor a primeira ouvida". E o sentimento foi crescendo - e junto com essa grande paixão - cresceu também o desejo de um dia...quem sabe...num dia tão distante...poder ver...visitar....olhar...a casa...a cidade...em que Elvis se tornou o King que o milhões de fãs no mundo amam...respeitam...admiram e sentem saudade.

Os anos foram passando... E há mais ou menos dois anos atrás, resolvi me mudar para os USA. (Mas isso é uma outra história!).

Meus filhos, meninos da "era da tecnologia", sugeriram que eu fizesse parte de um tal "orkut"... e eles disseram que seria muito bom...afinal, eu iria encontrar muitas coisas do Elvis.

Falando em filhos, devo dizer que meus pimpolhos também são fans do King. Influência minha??? No início sim....mas aos poucos eles foram conhecendo...ouvindo...e passaram a curtir... admirar...amar...e respeitar tanto quanto eu. Nossa família tem até "uniforme"...afinal, família unida tem de "vestir a camisa".

Quando minha primeira filha nasceu, não pensei duas vezes. Olhei a carinha dela pela primeira vez e a chamei de Priscilla. E vale a pena dizer que ela acha o máximo contar para os amigos a razão de se chamar Priscilla.

Mas voltando ao assunto... foi em uma comunidade do orkut que eu me deparei com a minha "fada madrinha Elvística": Jacquie Ulmo.

Estreitamos amizade e - conversa vai...conversa vem... - eis que ela me envia a programação da "Birthday Week 2008".

Como sonhar não paga pedágio...comecei a hipoteticamente planejar a minha viagem.

Convidei amigos para ir comigo...a Jacquie já tinha estado por lá em agosto e não teria como vir de novo em janeiro...chamei filhos... conhecidos... mas infelizmente não dei sorte e decidi ir sozinha mesmo... antes, no entanto, perguntei à minha "madrinha" : "Você acha que vale a pena eu ir sozinha?" E ela não hesitou em dizer: "Claro que vale, vai ser inesquecível!!!".

Então, com a ajuda dela, me organizei e programei o curtíssimo tempo que eu teria: comprei as passagens, tickets, reservei o Heartbreak Hotel, peguei uma licença no trabalho, e enfim, embarquei pra "Promised Land" na noite do dia 04 de janeiro.

Durante minha permanência por lá, a impressão que eu tive é que a cidade "respira" Elvis 24 horas por dia.

Logo que se chega no Hotel, a música entra pelos seus ouvidos e a emoção toma conta, é inevitável.

Fotos do King por todos os lados... suas músicas e filmes por toda a parte. Bem perto do Hotel...consegui avistar o avião "Lisa Marie".

Do outro lado da rua...Graceland !!!

Eu estava lá...afinal...depois de mais de 30 anos de sonho...O sonho estava se materializando...bem na frente dos meus olhos...

Marquei meu "VIP Tour" (em Graceland + área restrito na lateral/fundos de Graceland + museus anexos = US$68.00) para a manhã seguinte. Acordei, o dia estava chuvoso, mas fã de Elvis encara mesmo qualquer tempestade. E não ia ser uma "chuvinha" (debaixo de muito frio também!) que ia estragar meus planos...não é??

Quando o "shuttle" do meu grupo (saindo de "Graceland Plaza") cruzou os portões de Graceland... a emoção tomou conta de mim... Acho que ali, naquele momento, "caiu a ficha": eu REALMENTE estava na casa aonde Elvis vivera por 20 anos, aonde passara por tantas alegrias e momentos inesquecíveis - como a alegria de dar Graceland de presente aos pais em 1957 e o nascimento de Lisa Marie 11 anos após - mas tantas tristezas também, como a morte de sua mãe em 1958 e a partida de Priscilla em 1972... por fim, a casa aonde ele se recolhia das loucuras do mundo artístico - e a casa aonde ele passou desta vida para outro plano espiritual em 1977.

As pessoas entram na casa em um silêncio respeitoso e absoluto... apesar de, na ansiedade, acabarem se "esbarrando" às vezes... Nota-se que estão todos compenetrados e com um único objetivo: ver, apreciar, fotografar, sentir, cheirar... o lugar que Elvis viveu...amou...alegrou-se...entristeceu-se... e finalmente...partiu.

Tudo muitíssimo organizado... bem cuidado... iluminado...

A decoração de Natal toma conta dos ambientes...afinal...esta era a época favorita do ano para Elvis!

Cada cantinho da casa... cada objeto... cada foto... e ele que esta ali. Ao olhar a escada principal que leva ao andar de cima (e que é vetada ao público), tenho a nítida impressão de que, a qualquer momento, Elvis descerá arrumado e cheirosíssimo (como ele sempre gostava de se apresentar aos visitantes), para nos dar as "Welcome"... Ah...que sonho....

No Jardim da Meditação, as pessoas tiram fotos, choram, se emocionam...diante daquilo que parece ser o ultimo refúgio... o lugar do descanso eterno de Elvis... Daí, um outro tipo de sentimento toma conta das pessoas...o de tristeza...de desamparo...de perda. Triste...muito triste.

Na verdade...tudo o que existe em Graceland, já foi contado, filmado, fotografado e veiculado fartamente pela mídia. Mas quando a gente está lá..."ao vivo e em cores" ... é outra sensação - e até agora eu não tenho palavras certas para descrever. É imensurável...

Um outro aspecto que me chamou bastante atenção, é o fato de os fãs de Elvis serem tão unidos... mesmo sem se conhecerem, mesmo sem falarem qualquer idioma em comum. Pessoas do mundo todo estão ali por um único objetivo: ELVIS! E isso nos torna mais solidários.

Um fato "engraçado" e que ilustra bem o que estou falando, foi o que aconteceu quando eu estava em frente à uma placa de Graceland em plena Elvis Presley Boulevard, tentando tirar uma foto de mim mesma, sem muito sucesso, claro. De repente, um táxi veio em minha direção e eu pude ver que havia uma passageira dentro. O motorista parou o carro, e me perguntou se eu queria que ele tirasse a foto. Eu disse que sim, ele saiu do carro, tirou a foto, se despediu e foi levar a sua cliente ao seu destino.

Coisas de "Promised Land"...

Naquela noite do dia 05, eu tinha ticket para o "Elvis Birthday Pops" (US$45.00), que seria no Cannon Center e apresentaria Terry Mike Jeffrey & a TCB Band!

Contudo... para mim acabou sendo uma certa decepção... Já tinha ouvido falar tanto deste cantor e ele de fato é muito bom... Além disso, três dos quatro membros da TCB Band estavam lá... (Jerry Scheff foi o único membro que não pôde comparecer pois mora na Irlanda e ficaria fora de mão para ele). Tinha uma orquestra maravilhosa...mas eu esperava mais... eu esperava emoção, comoção, mais calor humano e vibração...! Mas não houve nada disso... Todo mundo permaneceu sentadinho... apenas ouvindo... E quando eu me arrisquei a "cantarolar" junto com o show, uma "lady" que estava do meu lado, "educadamente" sugeriu que eu calasse a boca e deixasse apenas o cantor cantar...

Puxa vida...pra mim foi o fim... Já pensou??? Como que um fã do King pode ouvir "Big Hunk'o Love" com o traseiro "pregado" na poltrona ??? No way...








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