Suspeito que o tempo do mundo e o tempo da alma estejam em descompasso. O mundo me exige pressa, agilidade e um fluxo constante de produção. Ler e escrever, estudar e trabalhar, refletir e concretizar. Cada vez mais. Rápido, tem gente esperando e precisando. Por outro lado, a alma me pede calma. Quer sentar e olhar a paisagem. Quer que os devaneios se transformem em ideias no ritmo das nuvens brancas num dia sem vento. Devagar, para sorver toda a beleza que a vida tem para oferecer. Existir no século XXI é ter o jogo de cintura de sair do ritmo do sprint para a tranquilidade da caminhada sem perder o fôlego. Botar o coração e a alma a serviço do mundo com palavras, ações, criações, mas lembrar que alma e coração também têm suas necessidades. E se elas forem ignoradas, perde-se tudo. Por isso, dedique-se ao trabalho sim, mas não esqueça de nutrir sua alma com arte, beleza e silêncio.