Eu acredito que a vida é boa, mesmo que essa crença às vezes possa parecer sem razão. Digo isso porque acredito que a vida é boa, até quando eu não tenho motivo concreto nenhum pra acreditar. E acredito que a vida é boa, até quando ela não é. Porque a vida de ninguém é boa o tempo todo, e a minha não é exceção. A caminhada de todo mundo, é feita de momentos duros e doloridos, mas, de um jeito meio paradoxal, é até bom que seja assim. Seria muito difícil identificar e absorver a bonança, sem conhecer o medo, a falta, o revés, a diversidade, o sacrifício, a escassez. Eu acho que o fato de ser humano, vem com um monte de contradições esquisitas, por exemplo: A gente procura incessantemente o prazer, mas até o prazer enjoa se for fácil demais, se ele não for atingido através de uma boa dose de esforço. A gente procura incessantemente a felicidade, mas mesmo ela é vazia e sem sentido se não experienciamos também, em algum momento, a sua antítese. Eu acredito que a vida é boa, e eu acho que a força de acreditar, ela acaba sendo. Hoje eu estou feliz, e eu sei perfeitamente bem, porque eu já estive muito, muito triste. Mas hoje não. Hoje a vida é boa, e continua sendo boa até quando não é, porque assim me confere a capacidade de reconhecer a minha própria ventura.