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Acordei neste domingo pensando nos anos que passei brigando com meus pensamentos, tentando silenciá-los, controlá-los. Mas quem disse que seria possível domá-los? Foi então que percebi: talvez a paz não esteja em calar todos os meus sentimentos, mas em aprender a dançar com eles.
Ainda sinto aquela intensidade que por anos me assustou. Pensamentos me atravessavam e me deixavam perdido em meio a uma confusão que parecia não ter fim. Uma turbulência emocional que me tirava do chão, me agitava, me inquietava.
Quando os pensamentos ficavam assim, agitados, sentia que o que eu precisava estava logo ali, um passinho além da minha consciência. Eu buscava algo que não sabia o que era. Sabia apenas que precisava encontrar um jeito de acalmar a minha mente. Era como sentir saudade de um lugar que nunca visitei, uma lembrança de paz que não sabia se já tinha experimentado antes, muito menos se (e como) poderia alcançá-la.
Eu tentava entender o porquê de me sentir assim. Pensava e sentia demais. Era como se houvesse uma tempestade dentro de mim que eu não conseguia controlar. E tudo o que queria era encontrar a calmaria depois de tanta chuva sobre minha cabeça.
A paz que busco hoje não é ausência de conflito, mas aceitação. É entender que a turbulência faz parte de quem sou, e que está tudo bem em sentir medo, dúvida, tristeza. Esses sentimentos não são inimigos, mas mensageiros que me mostram o que preciso enfrentar, curar e entender.
Dizer que é fácil seria mentira. Essa busca é um caminho cheio de altos e baixos. Mas eu sigo, porque hoje sei que a paz que busco está dentro de mim.
Há dias em que acho que ela me escapou. Mas logo a reencontro. A cada passo, a cada tropeço, a cada pensamento confuso, eu aprendo um pouco mais sobre mim mesmo. Aprendo que posso ser mais gentil comigo, que posso me dar espaço para errar, para sentir, para ser. E é nessa consciência que reside a paz.
Saber que a verdadeira paz existe me conforta. Ela não é um sonho distante, não é uma ilusão. Ela é real, tangível, possível. A paz que busco é o amor que tenho por mim mesmo, e é a aceitação de tudo o que sou. E essa é a verdade mais simples e mais profunda que já descobri.

— Fred Elboni


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