Como me defender das palavras,
Que saem sôfregas do fundo mesmo
Do mesmo abismo que vivo e que vives?
Em que não nos encontramos matéria
Mas nos perdemos nos vapores
E nos fluidos mais densos
Mais material que a imortalidade do que sentimos,
E agimos assim suplicando ao vento que traga o alento
Ou o gosto mesmo da água implícita e que doce
Depois de tanto veneno é vertida gota a gota,
Da sua dolorosa expectação ante o trágico mundo
Em que vivo e que vives submerso e grave,
Escrevendo o contorno do teu amor,
Onde bebo débil, na sua fonte sonora
o alívio pra minha sede, o alento pra minha dor.
Claudia Morett
→.●๋♫ کØl✿ڿڰۣ— ♫●.←
__________: : -«✿»-: : __________
.