VOU EMBORA DE MIM
Não quero explicar mais nada!
Ninguém sabe de onde venho
Do veneno que corre nas minhas veias
Dos fantasmas da infância
Da solidão e do medo
Do meu cotidiano
Das noites solúveis
Dos dilúvios dentro dos olhos
Quem pode dizer que merece meu amor?
Que sabe das minhas gavetas atulhadas de sentimentos
Dos meus cofres cheio de fantasia
Da luz que me envolvia em poemas
Das cruzes que desprezei ao longo das rodovias
Das sombras confusas que só eu sabia
Quando me molhava em suor e seiva de lua
Pra se apenas uma mulher
Pra querer apenas a lua inteira
E o infinito patético sonho de ser livre,
De mim mesma e dos meus asquerosos monstros.
E o mundo tem razão!
Não sou desse mundo!
Não sou uma mulher!
Sou poeta e poetas não podem ser comuns
Não podem viver a hipócrita melodia
Dos motores e da maquina futurista.
Não sou eu quem não tenho mérito.
Sou inacessível aos desejos carnais,
Aos instintos animais
Estou num estranho limite
Entre mim e eu mesma
Por isso mergulho minha alma
No abismo que me olha de dentro do fim
E estranhamente calma vou embora de mim.
Claudia Morett
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