Amor em demasia
Amo-me para amar o mundo
e distrair as dores
no palpável e no inviso.
Amo o meu coração
para poder apaixonar-me
pelo amor da vida.
Também sei que amo o que não devo amar,
o inverossímil, o surreal,
razões desprogramadamente amadas.
Perdôo-me com os pecados alheios,
olho nos teus olhos, desejo os teus seios,
e aí morro de amor por mim.
Amo-me até quando estou aqui
engessado e querendo correr com o vento,
procurando pousar no infinito desse teu silêncio,
antes do meu grito
que voa calado e surdo de tudo.
Paulino Vergetti Neto
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